O Motorista da Internet

e outras estórias sobre o bom pensar

Meus melhores textos até 2023

O Motorista da Internet é um dos textos de Fernando Barrichelo publicados no LinkedIn nos últimos tempos e foi escolhido para ser o título deste livro pois representa uma crítica a um comportamento frequente nas mídias sociais. Em plena era digital com acesso ilimitado a informação, o que mais existe são publicações superficiais e uma leitura muito apressada.

Esta coletânea pretende fazer o oposto, ou seja, textos mais elaborados para uma leitura mais calma e atenta.  Os temas são voltados a tomadas de decisão, vida corporativa, raciocínio crítico, psicologia e filosofia. Por exemplo, confira se uma ideia deveria ser boa independente de quem fala, o poder do raciocínio estruturado, a falácia do argumento da ignorância e porque “pensar fora da caixa” é um conselho equivocado. Todos os textos podem gerar novos insights e conhecimento.

Foram selecionados 102 textos (16 ensaios, 25 artigos e 71 posts), com 170 referências, resultando numa coletânea de 600 páginas.

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Este livro é uma coletânea das minhas principais publicações avulsas até Março de 2023. Escolhi o título O motorista da internet porque é o nome de um dos posts mais comentados e reflete bem o propósito de todos os outros textos: pensar bem.

Reconheça um motorista da internet

Depois de ganhar o Prêmio Nobel de Física, Max Planck viajou por toda Alemanha, apresentando a mesma palestra sobre mecânica quântica. Com tempo, seu motorista já sabia a palestra de cor. “Deve ser monótono proferir sempre o mesmo discurso. Que tal se eu o substituir em Munique e o senhor sentar com meu quepe de motorista? Assim, nos revezamos um pouco”.

 

Planck achou a proposta divertida. O motorista deu a palestra, até que um professor de física fez uma pergunta. O motorista respondeu: “Essa é uma pergunta tão simples que vou pedir ao meu motorista responder sua questão”.

 

Como moral, há dois tipos de conhecimento. Um é o conhecimento autêntico, das pessoas que investiram muito tempo e trabalho mental. O outro é justamente o conhecimento do motorista.

 

Existem muitos motoristas da internet que agem como se tivessem algum conhecimento. Aprenderam a dar um show. Mas o conhecimento que divulgam é oco. Tiram da internet informação para qualquer tema. Seus textos são parciais, curtos e muitas vezes irônicos.

 

É importante separar o conhecimento autêntico do conhecimento do motorista. Cuidado com o showman, o tagarela de clichês. Como reconhecê-lo? Há um sinal claro. Os conhecedores sabem que não sabem e admitem “não sei” com orgulho. Dos motoristas da internet se ouvirá de tudo, menos isso.

Este post ganhou bastante apoio a favor dos textos mais elaborados e contra todos os palpiteiros de buzzwords e lugar comum. Particularmente, tenho me esforçado em publicar apenas artigos que gerem mais reflexão serena do que polêmicas ou contradições. Procuro fundamentar minhas opiniões com argumentos e/ou referências para consultas.

Assim, esta coletânea não foi feita para os motoristas da internet gostarem e refrasearem. Ela foi compilada para aqueles que apreciam pensamentos e dúvidas no lugar de dicas e certezas, além de não se incomodarem com a falta de conhecimento.

Como este livro está organizado

Ao fazer uma retrospectiva para preparar a coletânea, percebi que acabei criando três formatos de conteúdo — ensaios, artigos e posts. Resolvi agrupá-los neste livro desta forma, pois ajuda o leitor a investir o tempo necessário em cada leitura.

  • Os ensaios são muito mais elaborados em termos de pesquisa bibliográfica e conceitos, com vinte a cinquenta páginas. Assim, foram originalmente publicados em versão pdf para impressão, com diagramação adequada. São casos em que demorei para conclui-los, dado o nível de pesquisa. Eles serão usados no meu próximo livro, pois praticamente já estão em um formato de capítulo e subcapítulos.
  • Os artigos são textos intermediários, de duas a cinco páginas, incluindo citações, figuras e várias referências bibliográficas. É o equivalente a um artigo de uma revista e possibilita mais profundidade sobre o tema
  • Os posts possuem até 1.300 caracteres, típico de Linkedin. Parece pouco, mas é o suficiente para transmitir uma mensagem com começo-meio-fim, citar uma referência e proporcionar inspiração e reflexão.

Ao todo são 102 textos (16 ensaios, 25 artigos e 71 posts), com 170 referências, resultando numa coletânea de 600 páginas. Como precisei selecionar, vários outros conteúdos estão ausentes, mas podem ser encontrados no meu perfil do LinkedIn e no meu site, organizado por temas.

Importante ressaltar que alguns poucos artigos de tomadas de decisão já constam em meu outro livro (Estratégias de Decisão: decida melhor com insights da Teoria dos Jogos). Você pode acessar grande parte destes artigos também no site, ou adquiri-lo impresso ou e-book na Amazon ou Clube dos Autores.

A gaivota e a saudade

Como há muitos textos nesta coletânea, se você quiser indicações por onde começar, eu sou absolutamente tendencioso e apaixonado pelos ensaios. Como comentei, eles se parecem mais com capítulos de livros do que um simples artigo e exigem uma outra postura de leitura. Não é uma leitura de internet para passar o tempo enquanto o elevador não chega. Esses artigos quererem uma leitura mais lenta, fazendo anotações e inclusive algumas pausas.

Possuo dois motivos para justificar essa minha preferência por eles. Primeiro, porque eles transmitem os conceitos propostos com mais qualidade. Segundo, porque deu muito trabalho para escrevê-los, o que me lembra duas passagens de autores que cito nesta coletânea (Amós Oz e J.D. Salinger).

Quando Amós Oz, no livro de entrevistas Do que é feita a maçã, é perguntado porque ele não lê os próprios livros depois que são publicados, ele responde:

Ler uma página que você escreveu é como ouvir sua voz numa gravação: é estranho, constrangedor. Quando às vezes eu abro um livro meu, acontece uma das duas coisas: ou fico frustrado porque vejo que hoje eu poderia escrever aquilo melhor, ou fico frustrado porque acho que nunca mais escreverei tão bem. A única exceção é O Mesmo Mar, ao qual eu volto, sim, porque não acredito que o tenha escrito. Não o vejo como sendo um livro meu. Não sei de onde ele veio. Ele passou por mim e saiu do outro lado. Ele é o único de meus livros ao qual eu posso voltar, eu até me entusiasmo. Eu o leio e fico admirado. Não é modesto dizer isso, mas para mim, este livro está bem escrito. Olho para ele como uma vaca que pariu uma gaivota.

No último capítulo do livro O apanhador do campo de centeio, de J.D. Salinger, o personagem adolescente Holden Caulfield, após relatar toda sua estória, faz uma análise se deveria ter contado ou não:

D. B. me perguntou o que eu achava de tudo isso que eu acabei de te contar. Eu não soube o que dizer. Para ser franco, não sei o que eu acho disso tudo. Eu me arrependo de ter contado isso pra tanta gente. Só sei mesmo é que sinto uma espécie de saudade de todo mundo que entra na estória. Até do safado do Stradlater e do Ackley, por exemplo. Acho que eu até tenho saudade daquele merda do Maurice. É engraçado. A gente nunca devia contar nada a ninguém. Mal acaba de contar, a gente começa a sentir saudade de todo mundo.

Eu tenho sentimentos semelhantes à essas duas passagens. Plagiando Amós, não é modesto dizer isso, mas os textos longos — bem como o livro de teoria dos jogos —, após todo esforço para unir as ideias próprias com as bibliografias, também sinto como uma vaca parindo uma gaivota, e isso me dá orgulho. Plagiando J.D. Salinger, após colocar todos os “personagens” na estória — ou seja, após colocar as “ideias” na estória—, me dá uma saudade das ideias e nem quero terminar. Assim, refraseando a frase de Holden, mal acabo de escrever, começo a sentir saudade de tudo.

Vamos começar

Se você reparar, todos os artigos são voltados a poucos temas, aqueles que possuo maior interesse para pesquisa. São eles: tomadas de decisão, vida corporativa, pensamento estratégico, raciocínio crítico, educação, psicologia e filosofia. Muitos deles, inclusive, se entrelaçam. Diferente do meu primeiro livro sobre decisões e teorias dos jogos — que possui um sequência didática para ensinar os conceitos —, esta coletânea permite ao leitor ler qualquer artigo em qualquer ordem.

A única exceção que peço é ler primeiro o prefácio (A importância da leitura lenta, atenta e contínua). Em tempos de excesso de informação superficial que cria os motoristas da internet e seu repertório limitado, apenas uma leitura mais lenta e cuidadosa propiciará o conhecimento autêntico. Boa leitura.

Fernando Barrichelo
Março de 2023

SUMÁRIO

Sobre: O motorista da internet e o bom pensar

Prefácio: A importância da leitura lenta, atenta e contínua

Parte I — ENSAIOS

SÉRIE: O BOM PENSAR
O poder do raciocínio estruturado
Uma boa ideia deveria ser boa independente de quem fala?
O que aprendi com jovens com autismo
Imaginação é mais importante que conhecimento

SÉRIE: CARTAS A UM JOVEM EXECUTIVO
Carta 1: O emprego ideal e as partes chatas
Carta 2: Reclamação e trabalho duro

SÉRIE: A LÓGICA DA COOPERAÇÃO
O dilema dos prisioneiros
As duas soluções para a cooperação
Outros dilemas da cooperação

SÉRIE: A LÓGICA DOS INCENTIVOS
Conheça os verdadeiros incentivos do outro
Ameaças críveis e navios queimados
O jogo do ultimato
O paradoxo do chantagista
O leilão do dolar 
Competidores na mesma rua
O jogo da divisão do bolo
Seu smartphone é o novo caça níquel

Parte II — ARTIGOS

MODELOS DE DECISÃO E RACIOCÍNIO
O argumento da ignorância 
A ilusão da explicação profunda
Não pense fora da caixa, pense em outra
Manteiga causa felicidade e felicidade causa lucro?
Porque você prefere um caminho pior e ainda fica mais feliz
Racionamento coletivo funciona?

POSTURA EXECUTIVA
Reinventar é uma palavra chata. A moda é camelar
O extra mile do Nalbert para o esforço e motivação
Nunca é o que parece. Primeiro leia os bastidores
O mundo corporativo é duro. É preciso energia para lidar com ele
O lado humano na  gestão de projetos
Pause como os suecos para ser mais produtivo
Obrigado por atrasar, vou aproveitar o momento
Como ter mais tempo na vida
Todo chato tem um lado não chato

MERCADO E MARKETING
O cliente não quer aquilo que você quer que ele queira
JC Penney perdeu cliente porque quis ser honesta

EDUCAÇÃO E CIÊNCIA
O curso online imita o presencial, mas com uma vantagem
É correto remunerar crianças pelas boas notas?
As escolas devem ser reabertas primeiro
O problema do Coronavírus é da ciência ou da política?

Parte III — QUATRO INSPIRAÇÕES

A humildade intelectual que me inspira
Ah, eu também sei pintar, disse Da Vinci
Stephen Hawking não tinha pressa
Amós Oz: a vida é feita de encontro e experiências
Meus encontros com John Nash

Parte IV — POSTS

POSTURA EXECUTIVA
Reconheça um motorista da internet
Não confunda questionar com reclamar
Quem colocou o primeiro pedaço da fita?
Os pontos fracos dos seus pontos fortes
Não exagere
Ter o mesmo foco é uma frase errada
Otimismo ou visão correta
Cliente no centro, em cima, embaixo
A ciência do sucesso de Oscar
Não há história sem vilão, repense o seu papel
Como você usa o tempo extra do home office?
A conciliação indiana no estilo de gestão

POSTURA EMOCIONAL, PROPÓSITO E BEM ESTAR
Resiliência, paciência, coragem e tolerância
Esperando o feijão brotar no algodão
Inteligência emocional demais atrapalha
A vida é feita de trade-offs, não de equilíbrio
Equilíbrio não: ou calma ou pressa
Controlando os impulsos dado um contexto
Como lidar com um ansioso segunda Sêneca
Diga respire, não calma
O que responder nessas situações?
Como renovar sua energia mental
O propósito é só seu
Propósito apenas não basta
Você possui tarefas para entrar em flow?
Suas resoluções de ano novo não vão durar até Fevereiro
Ano novo. Momento para desistir
“Desde que” é uma exigência que não funciona

DESENVOLVIMENTO E ESFORÇO
Você já treinou 10.000 horas?
O gambito do Pedro e as regras da vida
A individualidade do azarão
CEOs de sucesso tem mais tempo para ler
Porque você deveria ler livros todos os dias
Importa quais livros, e não quantos
Os melhores livros não são os best sellers
Referência excessiva por livros
A polêmica entre diploma e habilidades
Comunicação simples é relativa

MODELOS DE DECISÃO E RACIOCÍNIO
Por qual metade do lanche começar?
A “boa” explicação nem sempre é a correta
Conclusões erradas que até parecem certas, mas não são
É possível uma surpresa ser previsível?
Netflix e o paradoxo da escolha
Faça as analogias corretas
A culpa é da própria toalha e seu incentivo
Como saber a “melhor” opção?
O que “melhor” significa?
A diferença entre “achar” e “afirmar”
Feito à mão e pensado por um humano

IRONIAS CORPORATIVAS
O braço curto
Você já matou aula, quer dizer, reunião?
Não pode discordar que precisamos discordar?
Para tudo se tem uma estória convincente
Rejeitar um conceito é, na prática, um conceito
Gíria, linguagem natural e o público correto
Mostre, não conte
Você quer ganhar de quem?
Saiba argumentar a discordância
A mídia social é como uma balança

PSICOLOGIA E FILOSOFIA
Colaboração é irracional?
Sim, há pessoas honestas
Apesar das mídias sociais, você pode ter apenas 150 amigos
O que você acredita mas não pode provar?
Entretanto é uma palavra mais elegante
O avô filósofo

EDUCAÇÃO E CIÊNCIA
Invista na saúde mental do seu filho
Qual será a profissão do seu filho?
As escolas devem abrir na pandemia?
A ciência acelerou em tempos de covid
Pensar toma tempo
Envelhecer antes de ficar sábio

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